A neurociência tem revolucionado a forma como compreendemos o aprendizado, tornando-se uma aliada fundamental na educação. O estudo “Neurociência – Uma Revisão Bibliográfica de Como o Cérebro Aprende”, de Laís Chrystina da Silva Firmino e Maria Natália dos Santos Braz, destaca a importância do conhecimento sobre o funcionamento do cérebro para os docentes. Afinal, ensinar sem considerar esse aspecto é como desenhar uma luva sem levar em conta a existência da mão, como bem afirmou Leslie Hart.

O Papel da Neurociência na Educação

Há alguns séculos, a sobrevivência humana estava baseada no trabalho manual. Com o avanço da tecnologia, a sociedade passou a exigir habilidades mais sofisticadas, levando à necessidade de entender melhor o funcionamento do cérebro.

A neurociência investiga como aprendemos e reagimos a estímulos, concentrando-se no Sistema Nervoso Central (SNC), onde processamos emoções, tomamos decisões e armazenamos memórias. O desenvolvimento neural começa ainda na gestação, sendo influenciado pelo ambiente e pelas emoções da mãe, mostrando que os estímulos externos são essenciais desde o início da vida.

Como o Cérebro Aprende?

O aprendizado acontece quando recebemos estímulos prazerosos, que ativam neurotransmissores ligados ao bem-estar e facilitam a formação de memórias duradouras.

O processo ocorre em três etapas:

  1. Recepção da informação: O hipocampo analisa e organiza os dados.
  2. Armazenamento: O córtex cerebral categoriza a memória como curta ou longa duração.
  3. Consolidação: O lobo frontal arquiva as informações para acessos futuros.

Por isso, para garantir um aprendizado eficiente, o ensino deve ser prazeroso e significativo. Quando o aluno se envolve emocionalmente com o conteúdo, sua atenção é capturada e ele se torna mais propenso a reter informações.

Desafios na Aprendizagem Atual

Nos dias de hoje, a atenção dos alunos está constantemente disputada pelos dispositivos eletrônicos. Assim, os educadores precisam criar estratégias para engajar os estudantes, conectando os conteúdos a temas de interesse e ativando o sistema de recompensa cerebral, tornando o aprendizado instigante e prazeroso.

A Importância do Estímulo Contínuo

Nossa inteligência é moldada por nossos hábitos. Atividades como leitura e exercícios cognitivos fortalecem os neurônios e garantem que as informações relevantes sejam armazenadas na memória de longo prazo.

Criar rotinas de estudo, manter-se motivado e encontrar prazer no aprendizado são fatores essenciais para potencializar o desenvolvimento intelectual. Sem estímulos adequados, o cérebro opera apenas em modo de sobrevivência, reduzindo sua capacidade de evoluir.

Conclusão

A neurociência oferece insights valiosos sobre o aprendizado, reforçando a necessidade de abordagens pedagógicas que considerem o funcionamento do cérebro. Como educadores, devemos buscar estratégias que englobem diferentes formas de aprendizado, garantindo que todos os alunos possam desenvolver seu potencial ao máximo.

Afinal, aprender é um processo que vai muito além da repetição: envolve emoção, motivação e prazer!

REFERÊNCIA

FIRMINO, Laís Chrystina da Silva; BRAZ, Maria Natália dos Santos. Neurociência: Uma Revisão Bibliográfica de como o Cérebro Aprende. Id on Line Rev.Mult. Psic., Dezembro/2020, vol.14, n.53, p. 999-1009. ISSN: 1981-1179.

Josiane Secco