Olá pessoal, tudo bem?
Aqui é a Raíssa, Fonoaudióloga do SOMA e no artigo de hoje vim explicar de forma simples como funciona a atuação da Fonoaudiologia na Leitura e na Escrita.
A área da Leitura e da Escrita está relacionada com a Fonoaudiologia por se tratar de um processo de aquisição que depende muito do desenvolvimento adequado da linguagem oral, sendo que a comunicação é o principal campo de pesquisa e atuação da Fonoaudiologia; neste ponto, é legal ressaltar que, enquanto a linguagem oral é adquirida pelo contato e exposição da língua, a linguagem escrita deve ser ensinada e aprendida e, nesta aparente oposição, ambas se relacionam e formam uma continuidade no desenvolvimento do indivíduo.
A ou o Fonoaudióloga(o) que atua nesta área está apta a atuar na prevenção e na reabilitação das dificuldades e distúrbios/transtornos de leitura e escrita, ajudando as crianças e/ou adolescentes em idade escolar com dificuldades nesses processos e até adultos e/ou idosos que sofreram algum tipo de lesão no sistema nervoso central que afetem estas habilidades.
De modo geral, a Fonoaudiologia na leitura e escrita se utiliza de métodos e técnicas que avaliam e diagnosticam estas dificuldades, também ajudando a desenvolver habilidades metalinguísticas, que são um pré-requisito para a aquisição de leitura e escrita, como a Rima, Consciência Fonológica e a Aliteração.
Vale o lembrete que caso você familiar ou escola perceba alguma dificuldade agende uma avaliação fonoaudiológica.
Outro ponto a ser ressaltado é que existe uma diferença entre Dificuldade de Aprendizagem e Transtorno de Aprendizagem
Antes de tudo, como já falei anteriormente, o aprendizado de modo geral e, em específico, da leitura e da escrita está vinculado a um conjunto de fatores, como maturação cerebral, capacidade de simbolização e, principalmente, com o domínio da linguagem oral. Vale, também, o ressalve de que cada criança/indivíduo/aluno tem um estilo de aprendizagem.
- Dificuldade de Aprendizagem: Podem ser causadas, em grande maioria, por uma ligação externa à criança, ou seja, problemas na proposta pedagógica, déficits cognitivos, problemas familiares, entre outros, que nem sempre oferecem condições adequadas para o sucesso da criança, além de poderem ser secundárias a outros quadros diagnósticos como doenças crônicas, doenças neurológicas, etc, sendo que, geralmente, surgem na infância e apresentam obstáculos específicos nas disciplinas escolares; se persistirem, podem se tornar um transtorno de aprendizagem.
- Transtorno de Aprendizagem: Se traduz por um conjunto de sinais sintomatológicos que provocam diversas perturbações no processo de aprendizado da criança e as dificuldades apresentadas pela criança se apresentam como um comportamento persistente mesmo após a aplicação de diferentes métodos pedagógicos, compreendendo uma inabilidade específica, como de leitura (dislexia), escrita (disgrafia/disortografia) e matemática (discalculia). De acordo com o nível de severidade do transtorno, essas dificuldades podem variar de pessoa para pessoa.
Logo, por mais que as dificuldades de aprendizagem sejam associadas aos transtornos de aprendizagem, ambos são conceitos diferentes, uma vez que a presença de uma dificuldade de aprendizagem não implica necessariamente em um transtorno.
É necessário ficar atento aos sinais e, se necessário, realizar uma avaliação de uma equipe multidisciplinar para fechamento do diagnóstico.
REFERÊNCIAS
- BRITES, L. A diferença entre dificuldade e transtorno de aprendizagem. Instituto NeuroSaber. https://institutoneurosaber.com.br/artigos/a-diferenca-entre-dificuldade-e-transtorno-de-aprendizagem/
- PEREIRA, V. A. et. al. Dificuldades de aprendizagem no contexto escolar: possibilidades e desafios. Rev Cient Novas Configurações – Dial Plurais, 2021; 2(2): p. 27 – 36. Disponível em: http://www.dialogosplurais.periodikos.com.br/journal/dialogosplurais/article/6127e913a953950783761a44#:~:text=A%20dificuldade%20de%20aprendizagem%20no,se%20trabalhar%20com%20esses%20alunos
- OLIVEIRA, P.; ZUTIÃO, P.; MAHL, E. Transtornos, distúrbios e dificuldades de aprendizagem: como atender na sala de aula comum. In: SEABRA M.A.B. Distúrbios e Transtornos de Aprendizagem: Aspectos Teóricos, Metodológicos e Educacionais. 1 ed. Curitiba: Bagai, 2020. Cap. 1, p. 8 – 20.
- OHLWEILER, L. Introdução aos transtornos da aprendizagem. In: ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. Transtornos da Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. 2 ed. Porto Alegre: Artemed, 2016. Cap. 9, p. 107 – 112
SERVILHA, B. B. Discurso Oral e Escrito de Escolares do Ensino Fundamental. 2005. https://www.scielo.br/j/rcefac/a/vp6LmhYtSzQpdxTJgypxTgj/?format=pdf&lang=pt