Com a publicação do “Manifesto Comunista” de Marx e Engels e de “A origem das espécies” de Darwin, a burguesia que ascendeu ao poder no período romântico ficou abalada. A Segunda Revolução Industrial elevou o padrão de vida e fez crescer o proletariado. A Revolução Francesa, que havia trazido poder à rica burguesia, revelou-se uma grande mentira. O terceiro estado (proletariado) continuou na pobreza e a burguesia igualou-se, em hipocrisia e falsidade, à aristocracia. Seguiram-se a Primeira Restauração Francesa, que trouxe novamente a monarquia como forma de governo, a Revolução de Julho e a Segunda Restauração, quando já não havia esperança em um governo para o povo e a crença em um herói que tudo mudasse (Napoleão, devemos lembrar, morre exilado). A pobreza dominava as ruas e os movimentos socialistas ganhavam força. Deu-se, destarte, o esgotamento do Romantismo. Não era mais possível crer, idealizar. Era preciso olhar a lama do século, a verdade horrível e incontornável.

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Assim surge o Realismo, com o desejo de analisar social e psicologicamente o homem e seu tempo, em oposição ao idealismo e subjetivação do Romantismo, que acontecera na primeira metade do século XIX. O movimento se caracterizaria pela minúcia descritiva e pela necessidade de se provar, por meio do romance, o gênero eleito, uma tese.

Nesse mesmo contexto surge o Naturalismo, o qual, em oposição ao determinismo sociopolítico do Realismo, procurou trazer à tona o determinismo cientificista (patológico e zoomórfico) em que os fatos são resultados necessários de uma série de leis universais.

O Parnasianismo viria, por outro lado, negar o seu tempo e propor um retorno aos ideais clássicos da arte: a perfeição, o equilíbrio e o Belo. A arte, dentro do movimento, se preocuparia mais com a forma do que com o conteúdo: era a arte pela arte. Ela deveria existir por si mesma, sem se justificar por motivos sociais, políticos ou religiosos. Por essa razão, a poesia, expressão do Belo e do Equilíbrio, e não mais o romance, passaria a ser o gênero eleito.

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No mesmo período surgiria como movimento o Simbolismo, ou Decadentismo. Produto de um mundo em crise, do nascimento da indústria, os simbolistas têm uma visão complexa das relações entre o imaginário e o real. Foram chamados por Rabelais de NEFELIBATAS. Este termo significa “habitantes das nuvens”, pois eram sonhadores, de acordo com os parnasianos, e estavam em constante transformação. O movimento privilegiaria, diferente dos demais, a sugestão, a abstração, a ausência da lógica, a sonoridade das palavras e as figuras de linguagem.

Como vimos, o século XIX foi o século das ebulições literárias, o século da criatividade e das novas propostas. Mas, explicados estes movimentos dentro de um período histórico, tudo não fica mais fácil?

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