Neste mês de fevereiro o SOMA inaugura em seu Blog uma sessão temática. Vamos abordar os viéses da Psicologia e da Psicopedagogia voltados à Educação, as especificidades de cada profissão e as principais diferenças e semelhanças entre as duas áreas. Para dar início a esta vasta pesquisa, hoje trazemos a vocês uma introdução geral a respeito do que se ocupam e como atuam a Psicologia e a Psicopedagogia, além de uma distinção clara entre ambas.

A Psicologia pode ser definida como a ciência do comportamento humano, em que o homem é visto e estudado a partir de sua subjetividade. É a ciência da busca e da compreensão da origem das dificuldades que permeiam a relação do homem com o mundo em que vive. A profissão é hoje regulamentada no Brasil pela Lei 4.119, de 1962, a qual não permite que o psicólogo prescreva medicamentos halopáticos, a não ser que tenha também a formação em Medicina, e possui vários braços de atuação.

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Especificamente no âmbito escolar e institucional, como especialização da área, a Psicologia atua naorientação educacional, desenvolvendo metodologias pedagógicas com o corpo docente e, particularmente, com o aluno. A origem da Psicologia da educação parte do pressuposto de que o ensino evolui se bem adequados forem os conhecimentos psicológicos.

A Psicopedagogia, por sua vez, trabalha com questões ligadas especificamente à cognição e à afetividade, e envolve, e acolhe, profissionais de formações diversas. No ambiente escolar, o profissional pode atuar junto ao corpo docente, mediando as relações entre aluno e professor, junto ao coordendor pedagógico, dinamizando a estrutura da instituição, e junto à família, indicando os passos a serem seguidos e abordagens a serem adotadas. Do mesmo modo, pode atuar diretamente com os alunos, na busca pelo esclarecimento de dificuldades de aprendizagem, e na identificação de suas competências e valores positivos, para o que o pode beneficiá-lo enquanto aprendiz.

Esclarecidas as dificuldades e identificadas as competências, o psicopedagogo, então, deve estabelecer um contato com profissionais de outras áreas, como a Fonoaudiologia e a Psiquiatria, para que o tratamento do paciente/aluno tenha início. Podemos, destarte, enxergar o profissional da área como uma espécie de mediador, que une os conhecimentos das várias áreas e diáloga intensamente, e constantemente, com elas.

É importante salientar, ainda, que a psicopedagogia não é a mera fusão da pedagogia com a psicologia. Apesar de ser uma profissão regulamentada recentemente no Brasil sob a Lei 3512/08 de 2014, com vários problemas que envolvem desde profissionais não aptos, no tocante à formação, a diagnósticos que só poderiam ser dados por um médico, mas que são dados por alguns destes profissionais, a Psicopedagogia é um campo complexo e envolve um campo muito mais amplo de saberes. Ela integra princípios e conhecimentos de diversas áreas, como a Pedagogia, a Filosofia, a Neurologia, a Sociologia, a Psicologia etc., com o fim de estudar e compreender afinco o processo de aprendizado.

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Se o psicólogo Escolar e o orientador Educacional já galgaram seu espaço na estrutura educacional, o psicopedagogo ainda batalha por seu espaço de atuação. Contudo, seu papel e importância tem sido a cada dia reconhecido. Como sabemos, a Psicologia, no âmbito educacional, tem sua origem associada à explanação e explicação das falhas e dificudades do aluno dentro do sistema, lado a lado à emergência da noção de indivíduo/individualismo do século XIX; já a Psicopedagogia surge com a proposta de sanar, após compreender, essas dificuldades. Mais multidisciplinar, esta última foge ao aspecto puramente psicológico. Além da interface Psicologia/Pedagogia ser explorada, outras interfaces, como a Psicanálise/Pedagogia, também integram a abordagem do profissional.