Ser criança é viver em um mundo de transformações e descobertas. Frente a este mundo desconhecido, a criança vivencia diversos sentimentos como angústia, tristeza, alegria, medos, inseguranças, etc. Muitas vezes, a família, diante da rotina e da correria do dia-a-dia, possui dificuldade em lidar com os comportamentos que a criança apresenta. Perante este turbilhão de sentimentos e emoções e da dificuldade da família, é fundamental que a criança tenha um espaço de cuidado, escuta e acolhimento.
Identificar essas dificuldades emocionais e, também, comportamentais nas crianças é fundamental, tendo em vista as consequências para o desenvolvimento físico, mental, social e educacional da criança. Segundo Souza e Mosmann (2013), os problemas de aprendizagem são os mais comuns na infância e, tanto a família quanto os professores precisam estar atentos e identificar às demandas apresentadas pela criança.
Em busca de auxiliar a criança a expressar suas emoções e aprender a lidar com as situações que ocorrem em seu cotidiano, o acompanhamento psicológico é um espaço que possibilita, através de atividades lúdicas, a criança externalizar todas as suas frustrações e ressignificar as situações e os sentimentos emergentes. O acompanhamento psicológico infantil, ou psicoterapia infantil compreende, portanto, que a escuta e o acolhimento da criança auxiliam-na a transformar seus sentimentos de insegurança, frustração, agressividade, medo e tensão (SOUZA; MOSMANN, 2013).
Assim, compreende-se que, para o acompanhamento psicológico acontecer, é essencial que a família, a escola e o terapeuta sejam parceiros neste processo, sendo o papel do terapeuta fundamental para mediar as situações de conflitos. O terapeuta busca orientar, refletir e pensar, juntamente com a família e a equipe educacional, em alternativas que facilitem a construção de um ambiente saudável contribuindo com o desenvolvimento biopsicossocial da criança (SOUZA; MOSMANN, 2013).
Vanessa Fidelis Brambilla
Psicóloga
Referência
- SOUZA, Fernanda R. de e MOSMANN, Clarisse P..Crianças e adolescentes encaminhados para psicoterapia pela escola: Percepções de Genitores e Professores. SPAGESP[online]. 2013, vol.14, n.2, p