O mau desempenho escolar persistente é um sintoma que necessita ser olhado com atenção. Não se trata de desesperar aos primeiros sinais de dificuldade da criança ao entrar em contato com a escola, tampouco compreender como fracasso eventuais notas abaixo da média nas avaliações. Não é só de sucessos que se realiza a aprendizagem. Pelo contrário, podemos imaginar as dificuldades como o “trabalho árduo” que nosso cérebro executa diante das solicitações do meio para manipular novas informações, compará-las com as já existentes, entrar em conflito com as ideias e conceitos e, finalmente, produzir algo novo: conhecimento.
A dificuldade escolar que necessita ser observada com atenção é aquela que, apesar de todos os esforços do aluno, da escola e da família em superá-los, ainda persiste e traz prejuízos ao estudante.
Geralmente, entendemos que os problemas relacionados a aprendizagem são divididos em dois tipos:
- Dificuldades Escolares, relacionadas a problemas de ordem pedagógica e
- Distúrbios de Aprendizagem relacionados a uma disfunção no Sistema Nervoso Central (SNC), caracterizada por uma falha no processo de aquisição e/ou desenvolvimento das habilidades escolares.
Contudo, é válido usar estas duas nomenclaturas para compreendermos melhor que existem problemas de origens distintas que podem estar gerando dificuldades que demandam intervenções também distintas.
A primeira possibilidade se refere às questões do âmbito pedagógico: a escola pode não estar sendo adequada ao aluno no que diz respeito ao seu método de ensino, ou o próprio aluno estar se sentindo desmotivado, ou sofrendo bullying, ou com problemas de ordem emocional, social, ou quaisquer outros fatores ambientais que, se eliminados, o problema cessaria.
Na segunda possibilidade se encontra o Distúrbio de Aprendizagem: referente à uma disfunção do sistema nervoso central, como por exemplo: dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia, dispraxia, entre outros.
Outros motivos que podem gerar dificuldades na aprendizagem, também identificadas frequentemente na infância e adolescência são: déficits de atenção, déficits no processamento auditivo central, transtornos globais do desenvolvimento, autismo, síndromes genéticas, transtornos mentais, entre outros.
Esta compreensão sobre os distúrbios de aprendizagem é fundamental para o planejamento dos processos avaliativos e valoriza-se o trabalho de uma equipe interdisciplinar para o diagnóstico do problema, já que na maioria das vezes os problemas de aprendizagem são de origem complexa e desvendá-los requer a união de múltiplos profissionais da área da saúde e da educação.
Espera-se que a busca por auxílio fora do âmbito escolar e familiar seja um norteador para que o aluno posteriormente possa ser auxiliado,considerando-se as particularidades e as intervenções indicadas para ele.
Por isso, se seu filho(a) apresenta dificuldades escolares que geralmente não são superadas, mesmo com os esforços dele, da família e da escola, procure obter informações com profissionais capacitados que possam oferecer auxílio para que, em equipe, planejem a avaliação e intervenção mais acertada para cada caso.
Vale ressaltar que, apesar de não ser necessário se desesperar em procura de auxílio externo logo nos primeiros fracassos escolares, é importante que os pais e professores observem se as dificuldades estão sendo encaradas pelo estudante como um desafio a ser enfrentado ou como um fator de estresse e desmotivação para continuar prosseguindo nos estudos.
De modo geral, após sucessivos fracassos o aluno deixa de acreditar no seu potencial para aprender e a defasagem escolar vai aumentando com o decorrer dos semestres e dos anos escolares. Além do mais, o estudante se compara aos colegas e pode passar a perceber-se como “o aluno que não aprende/que tem um problema”. Neste ponto, a dificuldade que antes poderia ser simples e de fácil manejo se identificada precocemente, tornou-se um fantasma que assombra o estudante e todos que tentam auxiliá-lo e já não sabem mais se ele não aprende porque tem dificuldade ou se pela desmotivação devido aos fracassos não se empenha mais nos estudos.
Contudo, deve-se ficar atento e buscar se informar com profissionais especialistas na área. Quando o profissional realiza uma avaliação que auxilia o aluno e a equipe a buscar as melhores formas de otimizar a aprendizagem está poupando a família e a criança do gasto desnecessário de tempo, dinheiro e principalmente, do desgaste emocional sofrido quando não se identifica a(s) origem(s) da dificuldade.
O Soma possui uma equipe de profissionais capacitados e especialistas no complexo processo de aprender. Desde a identificação da dificuldade realizada por meio da avaliação inicial dos profissionais até as intervenções específicas, conte conosco para auxiliar seu filho(a) a trilhar caminhos mais suaves na escola e além da escola.
Por Maria de Fátima Guadagnini, CRP 06/123515, Psicóloga no Soma