Atualmente está popularizado o termo TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, porém sem uma adequada avaliação especializada, podemos incorrer ao erro de pensar que podemos ter este transtorno, sem considerar a possibilidade de outros fatores que podem justificar sintomas semelhantes aos do transtorno.

O TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno de origem neurobiológica, que surge na infância e na maioria dos casos acompanha o indivíduo por toda a vida. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, atualmente no Brasil de 3% a 5% das crianças tem este transtorno, porém, nas escolas observamos um número muito maior de crianças que apresentam comportamentos semelhantes aos presentes no transtorno, mas que podem estar passando por outras dificuldades, não provenientes de uma alteração neuropsicológica.

O esclarecimento só é feito através de uma investigação clínica que considere dados da história do desenvolvimento e do comportamento da criança nos diversos ambientes em que ela vive: na família, na escola e nos espaços e situações sociais.

Os principais sintomas do transtorno são: desatenção, agitação e impulsividade. Vários prejuízos sociais e acadêmicos podem surgir destes sintomas. Na vida adulta, muitas vezes os sintomas se manifestam de forma mais amena, porém não menos incômoda. Nos adultos aparece a dificuldade em sustentar o interesse no trabalho, adiamento ou desistência de projetos, perda e esquecimento de objetos e compromissos com facilidade e procrastinação das tarefas cotidianas.

A avaliação neuropsicológica tem como função auxiliar o diagnóstico médico oferecendo dados do funcionamento cognitivo e emocional do indivíduo, que são importantes para a compreensão do caso.
Para verificar a possibilidade da existência do TDAH, o psicólogo utiliza-se de técnicas, instrumentos psicológicos de avaliação do nível intelectual, atencional e de escalas, além da observação comportamental do indivíduo diante das tarefas propostas nas sessões.

A avaliação é imprescindível para orientar a escola e família quanto ao melhor manejo e estratégias que ajudem o indivíduo a avançar na aprendizagem e no trabalho.

Maria de Fátima Guadagnini
Psicóloga – Especialização em Neuropsicologia – Unicamp.
CRP 06/123515